CDB ou Tesouro Selic: qual o melhor investimento para a sua reserva?

Escolher onde colocar o dinheiro que você guardou com esforço — especialmente aquela parte destinada à reserva de emergência ou aos objetivos de curto prazo — costuma gerar a dúvida clássica: CDB ou Tesouro Selic? Ambos são aplicações de renda fixa bastante conhecidas, oferecem baixo risco e liquidez diária, mas têm diferenças importantes que podem influenciar o resultado final. Neste artigo, analisamos mais de 800 palavras de conteúdo para ajudá‑lo a decidir de forma embasada.

1. 📚 O que são CDB e Tesouro Selic?

CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de crédito emitido por bancos para captar recursos que financiam suas operações: empréstimos, capital de giro, cartões etc. Funciona como um “empréstimo reverso”: você empresta dinheiro ao banco e recebe juros em troca.

Tesouro Selic, por sua vez, é um título público federal vendido a pessoas físicas por meio do programa Tesouro Direto. Quando você compra esse papel, está financiando a dívida do governo brasileiro. A remuneração acompanha a taxa Selic diária, com atualização automática do preço.

Apesar de ambos serem de renda fixa, suas estruturas, garantias e mecanismos de precificação são distintos — tema dos próximos tópulos.

2. 🛡️ Segurança e garantias: quem protege seu dinheiro?

  • CDB: Conta com cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF + instituição, limitado a R$ 1 milhão em intervalo de quatro anos. Se o banco quebrar, o FGC restitui o investidor dentro desses tetos. Entretanto, bancos menores tendem a pagar taxas maiores justamente porque apresentam risco de crédito mais elevado, ainda que mitigado pelo FGC.

  • Tesouro Selic: Não há FGC, mas o pagador é o Tesouro Nacional, considerado o emissor de menor risco no país (soberano). Em teoria, o governo só “dá calote” se optar por não imprimir dinheiro ou não emitir novas dívidas — algo extremamente improvável.

Resumo de segurança: em casos extremos, o risco soberano costuma ser percebido como menor do que o risco bancário individual, mesmo com FGC. Contudo, o FGC aumenta significativamente a proteção do CDB dentro dos limites citados.

3. ➗ Rentabilidade: CDI x Selic, qual rende mais?

  • CDBs pós‑fixados normalmente pagam um percentual do CDI, taxa que historicamente acompanha a Selic com leve desconto (ex.: Selic = 10,50 % a.a.; CDI ≈ 10,40 % a.a.). Bancos grandes costumam oferecer CDBs a 90 %‑100 % do CDI com liquidez diária; bancos médios e plataformas digitais conseguem chegar a 110 %‑120 % do CDI ou mais, mas frequentemente exigem prazos maiores ou montantes mínimos.

  • Tesouro Selic remunera a Selic integral, mas sofre dois ajustes:

    1. Spread de compra/venda (geralmente ±0,02 p.p. na cotação diária);

    2. Taxa de custódia da B3: 0,20 % a.a., isenta para até R$ 10 mil de saldo.

Na prática, um CDB de 105 % do CDI tende a superar o Tesouro Selic líquido de custódia, desde que ambos sejam resgatados após o mesmo prazo. Já um CDB de 95 % do CDI provavelmente renderá menos.

4. ⏳ Liquidez e prazos de resgate: quão rápido você recebe?

  • Tesouro Selic: liquidez D+0 — se vender até ~13h, o dinheiro cai na conta da corretora no mesmo dia útil (e na sua conta bancária em D+1 via Pix). Ideal para reservas que exigem saque imediato.

  • CDB com liquidez diária: o crédito costuma ser D+1 (emissão bancária) ou D+0 em alguns bancos digitais. Porém, verifique no contrato, pois certos CDBs “diários” ainda usam D+2.

  • CDB sem liquidez: muitos pagam taxas atraentes, mas só permitem resgate no vencimento (90, 180, 720 dias). Isso inviabiliza o uso como reserva de emergência.

5. 💰 Custos, impostos e burocracia

Aspecto CDB Tesouro Selic
IOF Incide nos primeiros 30 dias Incide nos primeiros 30 dias
IR Tabela regressiva (22,5 % → 15 %) Tabela regressiva (22,5 % → 15 %)
Custódia Sem custo na maioria das corretoras 0,20 % a.a. (isento até R$ 10 mil)
Taxa de corretagem Geralmente zero Zero
Emissão Direto pela corretora/banco Plataforma Tesouro Direto/B3
Declaração IR Cód. 45 “Aplicações de Renda Fixa” Cód. 01 “Títulos Públicos” + rendimentos exclusivos

Ou seja, a carga tributária é idêntica; o diferencial está na taxa de custódia (Tesouro) vs. eventual spread embutido no preço de compra (CDB).

6. 📈 Volatilidade e marcação a mercado: o lado invisível do risco

Embora sejam pós‑fixados, ambos sofrem marcação a mercado — alteração diária no preço da cota/título. No Tesouro Selic, a volatilidade é mínima e tende a zero conforme a taxa básica fica estável; ainda assim, pode haver pequenas oscilações negativas em períodos de alta forte dos juros. CDBs com liquidez diária normalmente são resgatados pelo valor de face + juros acumulados, sem “marcação” visível ao investidor. Já em CDBs sem liquidez, esse risco não aparece porque não há cota negociada, mas existe o risco de liquidez (não conseguir vender se precisar).

7. 🧭 Quando escolher cada um? Cenários práticos

Objetivo Tesouro Selic CDB
Reserva de emergência < R$ 10 mil Excelente: zero custódia Bom se ≥ 100 % do CDI e D+0/D+1
Reserva > R$ 10 mil Bom, mas considerar custo CDB ≥ 102 % do CDI compensa
Prazo > 2 anos, busca de taxa alta Pode ser usado, mas ver outras opções CDB de 115 %‑120 % CDI sem liquidez
Diversificação bancária (FGC) Não se aplica Distribuir entre várias instituições
Evitar burocracia no IR IR fácil, informe único IR fácil, mas múltiplos CDBs geram mais linhas

Regra de bolso:

  • Tesouro Selic é “padrão‑ouro” para quem quer simplicidade, portabilidade entre corretoras e liquidez garantida.

  • CDB diário só faz sentido se oferecer taxa consideravelmente superior ao CDI para compensar risco bancário e eventual D+1.

  • CDB sem liquidez deve ser tratado como investimento de médio prazo, não reserva.

8. 📝 Checklist rápido antes de investir

  1. Compare taxas: use simuladores e verifique o CDI % versus Selic líquida.

  2. Cheque o emissor: rating do banco, histórico e proteção FGC.

  3. Leia a lâmina: detalhes de liquidez, carência e forma de remuneração.

  4. Avalie custos extras: custódia (Tesouro) ou spread (CDB).

  5. Considere o imposto: prazos curtos sofrem alíquotas maiores.

Se todas as respostas apontarem para objetivo de curtíssimo prazo, montante < R$ 10 mil e necessidade de saque imediato, Tesouro Selic tende a vencer. Para quem aceita risco bancário controlado e encontra percentuais do CDI realmente competitivos, o CDB de liquidez diária pode ser mais rentável.

Não existe só “o melhor”, mas sim o melhor para você 🎯

A pergunta “CDB ou Tesouro Selic?” não tem resposta universal. O investidor deve ponderar segurança, liquidez, rentabilidade líquida e conveniência fiscal. Lembre‑se de que a reserva de emergência é o colchão que ampara imprevistos; logo, acessibilidade e preservação do capital vêm antes de rentabilidade extra.

Mesmo assim, o mercado evolui: hoje é possível encontrar CDBs diários a 103 %‑108 % do CDI em bancos sólidos, enquanto o Tesouro Selic ficou ainda mais democrático com aplicação mínima de R$ 2 e isenção de custódia até R$ 10 mil. Faça as contas, diversifique se necessário e mantenha o foco no propósito do dinheiro. Uma carteira bem construída pode — e deve — combinar as duas alternativas.

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